quarta-feira, 8 de julho de 2009

Podemos ouvir


“Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida.” Jó 34:3 (0)

O som das palavras é particularmente extraordinário. Por ele podemos perceber e sentir palavras tristes ou alegres, emotivas ou frias, exaltadas ou serenas e muitas mais, cada uma delas como quem saboreia o paladar da comida.

É claro que podemos ouvir muito mais do que palavras, mas também todas aquelas pequenas vibrações do ar capazes de fazer vibrar em cadeia todo um conjunto de sistemas mecânicos através dos quais o som é transmitido e finalmente enviado ao cérebro para ser interpretado. (1,2)

O tamanho, a função e o funcionamento de cada “pecinha” dentro dos nossos ouvidos fazem destes uma obra impressionante. Basta uma simples vibração do ar para as estimular, provocando-nos sensações muito diferentes, umas agradáveis como o som de um instrumento musical, um pássaro, ou as folhas das árvores, outras desagradáveis como o barulho de uma máquina, um estrondo, ou ruídos.
Mas, o conhecimento sobre os nossos ouvidos ainda vai mais longe, revelando-nos que são estes que possuem as estruturas responsáveis pela manutenção do equilíbrio. (3)

A viagem do som até ao nosso cérebro faz-se em milésimas de segundo. O som começa por entrar numa espécie de concha acústica (o pavilhão auditivo) e é direccionado através de um canal com cerca de 2,5 cm até ao tímpano, uma membrana com cerca de um décimo de milímetro de espessura e 1 cm de diâmetro, mas com a flexibilidade e resistência necessárias para receber o impacto das ondas sonoras.
Neste percurso é assegurada a protecção do ouvido médio e a prevenção de danos no tímpano. No canal auditivo é segregada continuamente uma cera que retém as partículas de poeira e microrganismos, a qual é posteriormente impelida para o exterior por pequenos pêlos. (4)

As ondas sonoras quando batem no tímpano fazem com que este vibre fazendo movimentar três ossículos móveis que agem como amplificadores das vibrações das ondas sonoras.
Curiosamente cada um deles assemelha-se a um instrumento conhecido do qual receberam o nome, isto é, o martelo, a bigorna e o estribo. (5)

O martelo estando encostado na face interna do tímpano recebe as suas vibrações, transmitindo-as à bigorna e este por sua vez ao estribo, que se move para trás e para a frente, empurrando uma membrana 20 vezes mais pequena do que o tímpano. (6)

Esta membrana sendo empurrada pelo estribo cria pressão sobre o líquido contido na cóclea, a parte mais complexa do ouvido, pois é nela que as ondas sonoras são traduzidas em informações eléctricas.

Trata-se de um órgão em forma de caracol, medindo apenas 3 centímetros, mas possuído entre 20.000 a 30.000 fibras, com minúsculas diferenças de comprimento e diferentes graus de flexibilidade, dando a cada fibra uma frequência de vibração diferente.
Quando estas fibras vibram com o movimento do líquido estimulam células nervosas que por sua vez geram os sinais eléctricos que são enviados ao cérebro, o qual nos revela toda a beleza que existe no som. (6)

Poder ouvir e saborear o som é um privilégio, mas pode acontecer termos de ouvir o que não queremos ou o que não gostamos, por isso, devemos procurar dar ouvidos, particularmente, aos sons que são mais saudáveis.

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