quarta-feira, 1 de outubro de 2008

“A Emiliania Huxleyi é de uma beleza microscópica”





“E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom…” Génesis 1:31 (1)




A Emiliania Huxleyi, mais conhecida por Ehux, é uma alga unicelular da família dos cocolitóforos. (2,3)
Trata-se de um microrganismo flutuante, tão pequeno que é invisível a olho nu, tendo sido a sua requintada beleza apreciada somente a partir de 1950s com o desenvolvimento dos microscópios electrónicos. (3)

Esta é do tamanho de poucos milésimos de milímetro, envolvendo-se por completo numa estrutura formada por 30 armaduras laminares (ou cocólitos) medindo cada uma apenas 0,003 mm de diâmetro (4,5).


A Ehux é uma das 5000 espécies de fitoplâncton e têm um papel no mar idêntico às plantas na terra, sendo responsável pela realização da fotossíntese tendo um papel decisivo sobre o clima e as alterações climáticas e constitui a principal fonte de nutrimento da maior parte dos animais marinhos. (3)

Sendo a Ehux de longe o mais abundante dos cocolitóforos é também uma das responsáveis pelo equilíbrio da temperatura nos oceanos reflectindo a luz e o calor de volta para o espaço. (3)


Quanto à bonita aparência do Ehux, esta deve-se aos cocólitos ou pequenos escudos em torno de si mesma que esta forma no seu interior, expulsando-os depois para o exterior através de um processo altamente organizado chamado coccolitógenesis. (6)

Estes escudos são uma complexa estrutura mineral, formados cada um por duas camadas côncavas que correspondem à curvatura esférica da célula, uma inferior com uma espécie de grade no centro e outra superior que é aberta no centro, mas que estando entrelaçadas são uma estrutura consideravelmente forte. Por sua vez os vários escudos à volta da célula estão interligados, formando a uma estrutura robusta. (7)

Mas os escudos do Ehux não se ficam só pela sua complexa e bonita aparência que podemos hoje ver por fotografia, mas também pelos espectáculos que dão.
Em certas alturas e em determinadas áreas dos oceanos a cor das águas fica “branca”, um mistério que encontrou o seu segredo nestes escudos do Ehux, pois eram eles os responsáveis pela mudança de cor nas águas transformando-a numa cor turquesa leitoso intenso, dando um espectáculo de luminosidade que pode ser fotografado por satélite do espaço. (3)
Este espectáculo deve-se à reflexão da luz pelos escudos, que funcionam como minúsculos espelhos que a reflectem ou espalham provocando assim a mudança de cor na água. (8)

Considerando o papel da microscópica Ehux, mas particularmente a sua beleza podemos perguntar: quantos anos ainda precisará o ser humano para poder contemplar aquilo que Deus tem desfrutado desde sempre com grande prazer (1), mas que ainda lhe é oculto devido às suas limitações?