
“Para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tacteando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós”
Actos 17:27 (0)
Não podemos sentir Deus com as nossas mãos, mas podemos tocar em cada uma das suas obras e perceber nelas a sua criatividade, o seu engenho, o seu cuidado e a sua sensibilidade.
As suas obras são inúmeras, caracterizadas pelas mais variadas formas, texturas, grau de dureza, movimentos e diferenças de temperatura.Quando interagimos directamente com estas fontes de estímulo através da pele podemos apreciar e viver uma infinidade de sensações, como o mais leve toque das patas de um insecto, o caloroso aperto de mão, a frescura da água, o movimento do ar, etc. (1)
A pele é um órgão incrível pela qual podemos sentir o mundo, actuando ao mesmo tempo como uma fronteira entre nós e este, pois é ela que nos protege do ambiente externo funcionando como se fosse uma capa à prova de água, resistente, flexível e lavável. (2,1)
Sendo o nosso maior órgão, chega a medir 2 m2 e pesar 4 kg num adulto.
Estando toda a sua superfície provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos, a pele é também o nosso maior órgão sensorial. (3)
Para captar os estímulos a nossa pele possui diferentes tipos de receptores.
Os termorreceptores que captam estímulos térmicos de calor, ou do frio.
Os mecanorreceptores que captam os estímulos de pressão, tacto e vibração.
E as terminações nervosas livres que são sensíveis particularmente aos estímulos dolorosos. (3)
Estes receptores para além de nos darem informações sobre as características dos objectos quando tocámos, manipulamos e seguramos, também nos ajudam a proteger de queimaduras, perfurações e outras agressões, alertando-nos para algum perigo que possa causar lesões na pele. (2)Umas das zonas mais sensíveis do nosso corpo são as mãos, por terem uma grande densidade de receptores. Por isso é que podemos perceber o que apalpámos, podemos manusear, escrever, tocar um instrumento, massajar, contar o número de batimentos do coração, localizar pontos de acupunctura, fazer diagnósticos e os cegos, particularmente, podem ler com a ponta dos dedos a escrita Braille. (1,4)
Felizmente, a Bíblia em Braille foi impressa pouco tempo depois de ter sido inventada (1821-1824), o que tem proporcionado a estas pessoas o privilégio não só de a ler, mas também de tactearem a Palavra de Deus. (5) Todos estes detalhes fazem deste sentido uma obra impressionante que nos deve fazer sentir gratidão para com o seu Criador, e não incredulidade como a de Tomé que precisou de tocar para acreditar.